10/4/2024
A inteligência artificial vem ganhando cada vez mais espaço em nosso dia a dia, sendo implementada nas mais diversas áreas do cotidiano. Atualmente, seu emprego não se limita à substituição de tarefas ordinárias. Por isso, o receio dessa ferramenta tecnológica se sobrepor aos postos de trabalho é pauta em todas as conversas a respeito do tema.
No universo jurídico não é diferente. Diversas tarefas organizacionais já podem ser realizadas por ferramentas cognitivas automatizadas, como, por exemplo, (i) transcrições de audiências, (ii) traduções; (iii) análise e leitura de contratos e (iv) triagem de processos, sejam judiciais ou arbitrais.
Além disso, os robôs inteligentes já estão sendo também utilizados para atuar como ferramentas de predição, estratégia e insights, capazes de realizar análise aprofundada de dados judiciais para aprimorar o processo de tomada de decisões, bem como adicionar celeridade aos processos.
É certo que a execução de tarefas por meio da tecnologia libera os profissionais de realizar atividades repetitivas, aumentando a precisão e a velocidade com a qual são concluídas, permitindo, assim, que advogados e árbitros se concentrem em aspectos mais estratégicos/técnicos de sua atuação. No entanto, atualmente, discute-se em que medida as atividades de exercício jurídico-cognitivo – inerentes à atuação dos magistrados, árbitros e advogados – também podem ser substituídas por inteligência artificial. A pergunta que fica é: viveremos o tempo em que os litígios serão dirimidos por meio de inteligência artificial?
Conquanto não tenhamos resposta para tal indagação, é importante considerar que a utilização dessas ferramentas deve ser empregada de forma consciente e ética, mediante adoção de criptografia de ponta-a-ponta e protocolos de autenticação avançados, por exemplo. Afinal, o uso desregrado que se tem feito dessas ferramentas é uma questão sensível e envolta por um sem-número de polêmicas. A exemplo disso, menciona-se os novos tipos de litígios que estão surgindo, nos quais se discute a transferência e armazenamento indevidos de dados pessoais, os quais envolvem empresas de tecnologia renomadas a nível global.
Embora sejam inquestionáveis os benefícios trazidos pela inteligência artificial, em decorrência de sua capacidade organizacional e de armazenamento de informações, é indispensável que tais ferramentas sejam utilizadas levando em consideração os riscos envolvidos, bem como seja garantida a integridade dos dados que alimentam as ferramentas tecnológicas, sob pena de os potenciais malefícios se sobreporem às facilidades e funcionalidades proporcionadas pelo seu uso.
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