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Climate Week NYC 2022: desafios e alternativas relacionadas à sustentabilidade e carbono zero (Net-Zero emissions)

Climate Week NYC 2022: desafios e alternativas relacionadas à sustentabilidade e carbono zero (Net-Zero emissions)

22/9/2022

A semana está corrida em Nova Iorque com a Climate Week NYC 2022, que começou na segunda-feira, 19, e vai até 25 de setembro. O tema deste ano é “Getting it Done”, chamando os participantes ao debate sobre as diretrizes práticas para o cumprimento das metas de sustentabilidade e de carbono zero (Net-Zero emissions) até 2030. Definitivamente, o assunto é urgente e não há tempo a perder.

A sócia Esther Jerussalmy Cunha, que está na cidade e acompanha de perto o evento, compartilha alguns “hot topics” das discussões sobre as alternativas, os desafios e as lições aprendidas, de olho em tornar uma realidade concreta os compromissos assumidos. Confira:

  • Os países e seus governantes, assim como as entidades do setor público, não conseguirão fazer sozinhos as mudanças necessárias, urgentes e complexas. Cooperação é a chave para que as metas possam ser atingidas. Nesse aspecto, a pandemia do Covid-19 traz uma lição interessante a respeito de cooperação entre países, público-privada e mesmo entre empresas concorrentes entre si. Acordos multinacionais para produtos industrializados e tecnologia de ponta serão bastante importantes. Setores como agricultura, transporte, energia, construção são players importantes nessa colaboração para acelerar a transição.
  • É certo que várias empresas já reconhecem que têm um papel fundamental na forma de fazer negócios de maneira sustentável. Mas o que realmente mudará a mentalidade das pessoas e trará mudanças exponenciais em termos do seu envolvimento e conscientização é a informação e a transparência. As empresas (e não só as organizações governamentais e não governamentais) têm o poder de influenciar positivamente as pessoas para tomada de ações concretas, não somente como um provedor de negócios, mas também de soluções para os próprios danos acarretados pela sua própria atividade econômica. As empresas precisam buscar formas de democratizar suas inovações e soluções.
  • Os financiamentos para Net-Zero precisam chegar aos países em desenvolvimento e os menos favorecidos, de forma a conseguir irrigar pequenas empresas locais – ao invés de mirarem as ‘big companies’ como alvo. Sem o acesso a esse financiamento adequado, esses países não conseguirão atingir as metas colocadas e a desigualdade só aumentará.
  • Energia Limpa não é um tema para ser tratado somente em época de estabilidade político-econômica, como acreditam alguns. Ao contrário: a recente pandemia do Covid 19 e a guerra na Ucrânia agora cobram providências urgentes em função de decisões que foram proteladas no passado. Na verdade, Energia Limpa é uma prioridade especialmente em momentos de incerteza e instabilidade política e econômica.
  • Muito interessantes as experiências que já vêm ocorrendo na Suécia e na Alemanha na tentativa de tirar as pessoas da indiferença. Uma minoria tem o poder de influenciar positivamente uma maioria, quando o assunto é mudança climática. Embora as pessoas possam estar inertes e vivendo “cada um sua própria vida”, esse é um tema caro a todos. Essa influência positiva é fundamental não só para o atingimento das metas, como também para uma mudança de paradigma. Nesse sentido, as empresas têm o papel fundamental de atuarem como “bons vizinhos”, ajudando e interagindo nas suas comunidades, criando empregos.
  • A responsabilização dos agentes (‘accountability’) tem sido um tema bastante discutido e que certamente ganhará força nos debates finais. Já há, inclusive, discussões de que não basta Net-Zero quando por exemplo a biodiversidade já está prejudicada. Há que se remediar os danos do passado nas ações presentes. Deve-se mirar o futuro, sem tirar os olhos de corrigir o passado.

Autoria: Esther Jerussalmy Cunha

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