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Exclusivo: Consórcios mudam, com grupos financeiros mais fortes e construtoras buscando obras

Exclusivo: Consórcios mudam, com grupos financeiros mais fortes e construtoras buscando obras

Agência Estado – Empresas e Setores
10.03.2017

Por – Luciana Collet e Victor Aguiar

 Os consórcios que devem disputar o leilão de aeroportos da próxima semana terão uma configuração diferente daqueles que foram vistos nos leilões anteriores.

Embora a parceria entre grupos nacionais e estrangeiros continue sendo vista, o perfil dos investidores muda, com uma mínima atuação de construtoras, já que muitas das grandes empreiteiras que participaram dos certames anteriores foram envolvidas na Operação Lava Jato e, agora, buscam retomar suas atividades, mas com uma atuação mais tímida. “O perfil local mudou, agora veremos mais atores financeiros”, diz a sócia do Tozzini Freire Advogados na área de Infraestrutura Ana Cândida Carvalho.

“Não veremos companhias de construção liderando os consórcios, esse papel ficará com os operadores. É uma mudança grande”, diz um executivo do governo. Ele também cita a maior

presença do investidor financeiro estratégico. “É algo novo para nós, no Brasil”, comenta.

Isso fica claro ao observar a configuração dos dois consórcios mais conhecidos preparados para a disputa: AviAlliance-Pátria Investimentos e Zurich Airport-Vinci Partners.

Ana Cândida lembra que, em rodadas anteriores, grupos financeiros como as empresas de private equity Advent e GP Investment já fizeram parte de consórcios que disputaram aeroportos, mas sinaliza que agora a presença deve ser mais forte. A Advent International se associou no passado à operadora mexicana Asur e fez uma proposta pelo aeroporto de Guarulhos (SP), enquanto o GP Investimentos, em parceria com a Carioca Engenharia e as operadoras Aéroports de Paris (França)  e Schipol (Holanda) participou tanto deste leilão, que também negociou Viracopos (SP) e Brasília, como também disputou Galeão (RJ), para o qual apresentou a segunda melhor proposta. 

De acordo com a advogada, as construtoras, que no passado lideravam os consórcios, agora terão menor presença, já que estão em busca de uma atuação como “epecista”, isto é, como empreiteiras responsáveis pelas obras.

O sócio da área de infraestrutura do L.O. Baptista Advogados, Fernando Marcondes, também observa o movimento. De acordo com ele, as construtoras têm buscado preferencialmente

contratos para as obras. “Algumas até aceitam participar do consórcio com uma fatia mínima, mas apenas para garantir o contrato de construção”, diz, salientando que essa participação tende a ser vendida em um segundo momento.

 

 

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